LUCCHESI, Dante. Ciência
ou dogma? O caso do livro do MEC e o ensino de língua portuguesa no
Brasil. Artigo publicado na Revista Letras, Curitiba, n.83, p. 163-187,
Jan./jun., 2011. Disponível em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras/article/view/24713/18603. Acessado em: 13 de outubro de 2013.
RESENHA
CRÍTICA
Cleyton Paulo Lins da Silva*
O
artigo, "Ciência ou Dogma? O caso do livro do MEC e o Ensino da Língua
Portuguesa no Brasil", publicado na Revista Letras por Lucchesi que
é professor associado de Língua portuguesa da universidade federal da Bahia,
reflete sobre o fato do "ensinar falar errado" divulgado pela mídia no ano de 2011, onde se afirmam
possíveis desvios no uso da norma padrão ou elitista, ao mesmo tempo aponta novos
horizontes no modo de estudar as diferenças sociais que envolvem a fala e a
escrita.
Com
propriedade no assunto, Lucchesi aponta com sua reflexão de cunho linguística
em especial numa abordagem sociolinguística no campo variacionista que tem como
grande ícone a figura de Weinreich Labov. É desse ponto de vista que se faz
necessário uma redescoberta do que vem a ser o desconhecimento da sociedade em
relação ao conhecimento cientifico da língua.
É de suma importância à visão de
variacionista que indica uma pluralidade no quadro e no modo de se estudar os
aspectos da língua, coisa que a mídia como representante de uma elite
gramaticista insiste em não levar em conta tais variantes assumidas pela
compreensão mais popular da língua portuguesa no Brasil.
A
construção de um livro de língua portuguesa, "Coleção Viver, aprender", organizado pelo MEC que traz partes de uma linguagem
popular como a expressão "os livro" e consequentemente um suposto
erro de concordância nominal, não pode ser condenado por tentar aproximar em um
de seus capítulos a fala popular aplicada a um determinado contexto
sociolinguístico, porém não foi essa a visão da mídia que representa grande
parte de uma população que infelizmente possui em seu discurso de liberdade,
diversidade e aceitação do diferente no campo sociocultural, ainda traga uma
marca de preconceito linguístico muito forte quando o assunto é a linguagem
padrão ou erudita e suas normas que não podem destacar aspectos regionais e variacionista.
Através
desses argumentos podemos ver que ainda não se tem uma aceitação por parte da
grande massa, aqui representada pela voz da mídia, e tampouco por uma minoria
elitista que com estrutura gramatical fechada em si mesma é capaz de afirmar em
seu posicionamento que expressões, como a citada no livro do MEC, fogem a regra
estariam errada em todos os sentidos sem levar em conta o âmbito cultural e
social de quem as pronuncia.
Outro
posicionamento a ser destacado é que a mídia peca quando analisa a expressão
"os livro" fora de seu contexto e situação de fala ou escrita. Sendo
assim, faz uma rotulação e condena o livro que prega uma prática normativa para
o ensino de português, mas também destaca em um de seus capítulos a possibilidade
de se lidar com as variações e nuances do uso, da fala e situações
sociolinguísticas. Daí surge o grande conflito existente entre duas visões ou
modos de se analisar a evolução da língua, seja numa ótica elitista, seja numa
posição popular como a que o autor, do artigo em questão, aponta em seu
discurso no livro: "O que caracteriza a polarização sociolinguística do
Brasil" (LUCCHESI, 1994, 2001, 2002 e 2006).
O
caminho trilhado no ensino da Língua Portuguesa no Brasil parece seguir mais o
dogmatismo do que o cientificismo linguístico. É justamente esse o foco da
discussão levantada por Lucchesi, que a meu ver refletiu no
espanto midiático numa visão dogmática e inquestionável a favor de um
gramaticismo absoluto no campo das línguas.
Portanto, é necessário
modificar a estrutura do ensino no Brasil para gerar, cada vez mais, posicionamentos
críticos e uma postura equilibrada, por meio de argumentos científicos em favor
de uma aplicação contextualizada da língua deixando de lado uma visão meramente dogmática do estudo e do ensino da língua portuguesa no Brasil para perceber a dinamicidade e evolução da língua que está além do estudo gramatical descontextualizado.
*Graduando do segundo período do Curso
de Letras/ Espanhol na Universidade Federal de Alagoas -UFAL.
É de suma importância à visão de variacionista que indica uma pluralidade no quadro e no modo de se estudar os aspectos da língua, coisa que a mídia como representante de uma elite gramaticista insiste em não levar em conta tais variantes assumidas pela compreensão mais popular da língua portuguesa no Brasil.
Portanto, é necessário modificar a estrutura do ensino no Brasil para gerar, cada vez mais, posicionamentos críticos e uma postura equilibrada, por meio de argumentos científicos em favor de uma aplicação contextualizada da língua deixando de lado uma visão meramente dogmática do estudo e do ensino da língua portuguesa no Brasil para perceber a dinamicidade e evolução da língua que está além do estudo gramatical descontextualizado.
Um texto bem elaborado,conciso,com uma avaliação crítica marcante,sendo bem analisado.Faz com que o leitor queira se aprofundar na leitura.
ResponderExcluirA resenha está bem elaborada. O texto apresenta as caraterísticas que configuram uma resenha crítica bem escrita. A exposição do ponto de vista do autor foi clara e demonstra domínio do tema. É uma resenha que influencia positivamente a leitura mais aprofundada do artigo.
ResponderExcluirCleyton,
ResponderExcluirSua resenha está muito boa. Alguns aspectos merecem revisão, entre eles:
1. Atente-se ao uso inadequado de pronomes, como 'que' e 'onde'.
2. Alguns trechos estão muito confusos, como em "Com propriedade no assunto, Lucchesi aponta com sua reflexão de cunho linguística em especial numa abordagem sociolinguística no campo variacionista que tem como grande ícone a figura de Weinreich Labov".
3. Weinreich e Labov são pessoas diferentes.
4. Há alguns problemas de acentuação, de uso da crase e de pontuação.
5. Há muitos problemas no gerenciamento das vozes no texto, como no 3º, 4º e 5º parágrafos. Não há referência ao autor do texto, o que leva a crer que tais trechos são de sua autoria.
Em um novo post, reescreva a resenha corrigindo os problemas apontados.
NOTA: 6